Aquele que se apropria indevidamente do que pertence ao outro, seja
por meio de manobras escusas, traições, seja tomando de assalto o
que foi conquistado pelo outro, perde a chance de aprimoramento.
Em primeira instância parece que ele está levando vantagem pelos
ganhos imediatos, no entanto, está perdendo a chance de
desenvolver suas habilidades, por meio do exercício das funções
necessárias para a conquista dos bens ou dos pertences de que
se apropria.
O que parece fácil de se obter, por já ter sido conquistado por
intermédio dos outros, na verdade, dificulta o aprendizado e também
impede o aprimoramento pessoal.
Aquele que lesa o outro está, na verdade, boicotando-se.
Isso ocorre em diversos níveis, desde os mais intensos e complexos,
como os golpes ou assaltos, até os níveis mais simples do cotidiano,
tais como levar vantagem sobre os outros.
Pobre daquele que para ter algo precisa tirar de quem
conquistou graças à dedicação nos seus afazeres.Também
é lamentável para aquele que perde algo que foi fruto do
seu empenho.
Como na metafísica não há vítimas, mas sim sincronismo
existencial, que corresponde na íntegra ao padrão
interior, aquele que é lesado, não se apropriou daquilo
que conquistou.
Apesar de ter obtido as coisas, não se sente merecedor daquele
privilégio ou capaz o bastante para ter ganhado o objeto.
Essa atitude atrai o evento do assalto; pode-se dizer que a
pessoa não se apropriou do que conquistou; por isso perde.
Na sincronicidade do padrão entre quem lesa e quem
é lesado destacam-se as seguintes características:
Aquele que furta, aspira pela posse do objeto a ser furtado,
e até se sente merecedor, mas não se considera suficientemente
hábil para conquistar, pela sua própria força de trabalho.
Ele vai em busca de tirar de alguém, que tem “nas mãos”
aquilo que ele deseja se apropriar. Esse, por sua vez, ganhou
com o trabalho, mas não se apropriou do que conquistou.
Portanto, quando alguém é assaltado ou prejudicado de
alguma forma com perdas, seja de dinheiro, objetos ou bens,
isso significa que essa pessoa se sente boa para desenvolver
as respectivas tarefas, mas não se valoriza pelo que faz.
Também não se julga merecedora dos privilégios materiais
ou financeiros que angariou no trabalho. Isso pode ocasionar
a atração de alguém que venha a causar algum tipo de prejuízo.
Esse padrão, antes de causar qualquer dano, como os
apresentados, costuma gerar o apego aos bens.
Quanto mais apegados a pessoa for, menos posse,
no sentido de apropriar-se emocionalmente do objeto,
a pessoa tem. Pode-se dizer que aquele que se apega
não tem a verdadeira posse; caso tivesse, não se sentiria
tão ameaçado de perder.
Geralmente, as pessoas com essas características de
comportamento são as que atraem alguém que as
lesa ou de alguma forma, perdem aquilo que tanto prezam.
Pode-se dizer que quanto maior o apego, menor
as crenças no mérito.
Quem se valoriza e acredita ser merecedor não fica
neuroticamente vigilante; “solta-se um pouco mais”,
minimizando as preocupações e o medo de perdas,
pois acredita que se aquilo que lhe pertence, se for,
outro melhor virá. No tocante aos níveis mais simples
que se referem às situações rotineiras que compõem
o cotidiano, as pessoas que gostam de levar vantagem
sobre os outros, tais como passar a frente dos outros
numa fila, parar o carro em locais que impedem a
passagem de outros carros ou em fila dupla, não
tem bem definido, emocionalmente, qual o seu
real espaço no ambiente em que vivem. Precisam
extrapolar, para se sentirem com maior amplitude
no meio em que atuam. Algumas pessoas são
insensíveis àquelas que as cercam. São exclusivistas
e desinteressadas pelo que acontece a sua volta.
Só dão atenção quando o fato lhes desperta algum interesse.
Não ampliar a visão de forma a não identificar as pessoas
e os acontecimentos em torno de si, atuando como se
tivesse usando um antolho (espécie de viseira que
restringe o campo de visão, como nos cavalos) demonstra
falta de habilidade de expressão, de respeito a si e,
consequentemente, ao próximo. Além do mais, essa
atitude conspira a favor do insucesso, evitando a
obtenção dos resultados promissores.
Por: Gasparetto & Valcapelli
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