Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do talvez,
é a desilusão de um quase!
É o quase que me incomoda, que me entristece,
que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou
ainda estuda, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam
pelos dedos, nas chances que se perdem por medo,
nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma
vida morna. A resposta eu sei de cor, está estampada
na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão
dos abraços, na indiferença dos “bom dia”,
quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir
entre a alegria e a dor. Mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo,
o mar não teria ondas, os dias seriam nublados
e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige
nem acalma, apenas amplia o vazio que cada
um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas
as estrelas estejam ao alcance.
Para as coisas que não podem ser mudadas
resta-nos somente paciência, porém, preferir
a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a
oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão, para os fracassos, chance,
para os amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio
ou economizar alma. Um romance cujo fim
é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando…
Fazendo que planejando… Vivendo que esperando…
Porque, embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu.
Sarah Westphal
Nenhum comentário:
Postar um comentário