Desde que me conheço por gente, tenho me dedicado a tentar
compreender a vida e a trilhar um caminho sem sofrimento,
ou no mínimo, menos sofrível. E no meio dessa busca de
compreensão, a primeira lição descoberta, na filosofia espírita,
foi a existência do karma, ações de vidas passadas que justificam
os resgates da vida atual. Com certeza, foi muito esclarecedor,
mas ainda bem pouco libertador, porque sentia tudo isso como
verdadeiro, apesar dos aspectos limitadores.
Tinha muitas dúvidas, não entendia, inclusive, se tinha o direito
Tinha muitas dúvidas, não entendia, inclusive, se tinha o direito
de desejar alterar o karma, o que significaria mudar de vida,
tomar atitudes difíceis. Naquela época, pensava se seria correto
me separar ou não do meu, então, marido. Pois pensava que se
era uma relação kármica, qual direito eu tinha de interromper
o processo?
Mas o sofrimento impulsiona... E fui vendo que precisava aprender
Mas o sofrimento impulsiona... E fui vendo que precisava aprender
mais, compreender o que Deus havia traçado para mim. Porém,
foi um período de grande conflito. Como era muito jovem, percebi
que mesmo estando casada, o coração estava vazio e,
, sentia inveja vendo gente bem casada, e depois,
, sentia inveja vendo gente bem casada, e depois,
naturalmente, enchia-me de culpa e me sentia um lixo.
Finalmente, depois de tanto sofrer, cheguei à brilhante e
triste conclusão que estava gerando novos karmas.
O próximo passo foi descobrir que precisava mudar isso,
já que além do componente moral distorcido, emocional
em conflito, eu estava adoecendo. E foi por este grande e
doloroso impulso que me abri à filosofia oriental.
No entanto, tudo permanecia confuso. Não sabia no que
acreditar, mas não podia mentir para mim mesma, nem
represar o desejo de tentar ser feliz de um outro jeito.
A vida me exigiu escolhas e posicionamentos.
A vida me exigiu escolhas e posicionamentos.
E hoje sei que a tomada de consciência, movida pela dor,
foi fundamental.
Casar, descasar, abrindo mão do sonho, é sofrido,
para qualquer pessoa, e em qualquer idade, porque
é normal ter medo do novo, da solidão, de errar
como se tivéssemos nascido para ficar a vida inteira
com a outra pessoa. Alguns, além dos dramas íntimos,
têm medo de ferir o outro e terminam por se afundar
cada vez mais na relação.
O conhecimento de Vidas Passadas, nesse sentido,
O conhecimento de Vidas Passadas, nesse sentido,
foi muito libertador, pois compreendi que vivi coisas
muito diferentes no passado, já fui vítima e também
algoz e, o melhor, nem sempre ao lado daquela pessoa.
Na época, tudo no casamento era problemático, até os
diálogos e os pequenos comentários se transformavam
em longas discussões, na tentativa de encontrar um consenso.
Hoje, vejo que eu era péssima para meu marido, assim
Hoje, vejo que eu era péssima para meu marido, assim
como ele era péssimo para mim. Um despertava o pior do outro.
Foi apenas no momento em que não quis mais mudar meu
companheiro, e que não tinha mais raiva dele, que consegui
me libertar. Começou a brotar em mim o desejo honesto
de vê-lo feliz. Não era mais perturbada pela raiva.
Queria me separar para ser eu mesma.
E foi nesse ponto que o karma acabou!
Vi muitas pessoas presas ao
Vi muitas pessoas presas ao
desejo de salvar o casamento, ou mudar a outra pessoa,
e percebi que não há uma regra, ou um tempo que seja
igual para todo mundo. Sei apenas que podemos e
devemos procurar a felicidade e simplificar aquilo
que sentimos, fazendo uma corajosa autoanálise,
perguntando-nos se estamos felizes, se desejamo
s viver assim até a velhice?
Quando fazemos o que precisa ser feito, quando tiramos
Quando fazemos o que precisa ser feito, quando tiramos
a raiva e a emoção do contexto, tudo fica mais fácil.
Claro que para chegar até esse ponto existe um bom
caminho, mas é possível trilhá-lo.
Sempre brinco dizendo que antigamente os casamentos
Sempre brinco dizendo que antigamente os casamentos
eram eternos porque as pessoas morriam cedo.
Hoje, uma pessoa de quarenta, cinquenta anos, tem,
no mínimo, a expectativa de viver mais vinte ou trinta
anos, com saúde e lucidez. Então, como se imaginar
levando adiante uma relação pesada, negativa,
cheia de ódios?
Tenho certeza que ninguém merece viver assim e que
Deus quer nos ver felizes, transformados pelas experiências,
mais maduros e vencendo o nosso karma, mas nunca
esquecendo que o que nos motiva é o amor, o crescimento
espiritual, a tranquilidade de uma vida honesta e em harmonia.
Ser feliz no momento presente é o grande tesouro da existência.
Ser feliz no momento presente é o grande tesouro da existência.
Por isso, tenha coragem e comece a se arrumar, lembrando
que tudo começa com uma corajosa autoanálise.
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