RENATTA

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PARA TRANESCREVER ME FAZ VIAJAR EM LUGARES DISTANTES ONDE O CORAÇÃO E A MENTE VOAMSCREVER AO PAPE

PARA TRANESCREVER ME FAZ VIAJAR EM LUGARES DISTANTES ONDE O CORAÇÃO E A MENTE VOAMSCREVER  AO PAPE
Sou....Mulher amiga, amante, mãe...Mulher que inicia seu dia trabalhando...E termina, amando...Mulher que protege, luta briga e chora.. E que nunca deixa o cansaço.. Tirar o seu sorriso, sua força, a esperança..Que está sempre pronta a amar, e proteger a sua prole... Sua vida, o seu amor..Mesmo que esteja chorando por dentro..No seu olhar esta sempre presente.. A força de lutar por tudo o que quer Mesmo cansada.. Está sempre pronta para seguir em frente..E quando cai, se levanta tirando de sua queda..Uma grande lição..Aprendendo então, a passar por cima das armadilhas da vida.. Mulher Guerreira que se torna..Forte e frágil ao mesmo tempo...Que busca dentro de seu interior a força..Que chora para poder se fortalecer..Através das lágrimas que rolam.. Que se levanta para poder...Levantar a quem está em sua volta..Precisando de uma palavra de carinho..De esperança, de amor... Essa é a mulher guerreira Que se faz de forte..Mas ao mesmo tempo é tão frágil...Como um cristal...Mas que não se deixa quebrar tão facilmente... Sou filha de Iansã....e de Ogum... SIMPLESMENTE RÊ

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quarta-feira, 26 de março de 2014

O Fluxo entre Riqueza Material e Espiritual

Foto: "We are all connected. When you touch one thing, you are touching everything. Whatever we do has an effect on others. Therefore, we must learn to live mindfully to touch the peace inside each of us.</p>
<p>Peace in the world starts with peace in oneself. If everyone lives mindfully, everyone will be more healthy, feel more fulfilled in their daily lives and there will be more peace. This collective mindfulness can bring positive change to our families, organizations, communities, nations and future generations."</p>
<p>~ Thich Nhat Hanh</p>
<p>The Global Meditation<br />
www.theglobalmeditation.net” /></p>
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Pedro Tornaghi


Em frente ao Ashram do Osho em Puna havia uma mansão abandonada, 
herança do império britânico, ocupada e dividida por famílias carentes. 
Na cocheira vivia dentre inúmeros moradores um franzino rapaz 
chamado Nanu. Provavelmente todos os que frequentaram 
Puna nos anos em que o Osho lá esteve o conheceram ou tiveram
 alguma relação com ele. 
Menino pobre, comunicativo e sempre sorridente, Nanu um dia percebeu 
que muitos dos discípulos estrangeiros do Osho – no início aparentando 
serem ex-hippies em sua maioria – fumavam cigarros e tinham dificuldades 
em comprá-los. Para se comprar um maço de cigarros ocidental nessa
 época era preciso deslocar-se pelo menos quatro quilômetros da 
atmosfera de paz profunda, aprazível e acolhedora do ashram, enfrentar 
um trânsito caótico e embrenhar-se por ruas barulhentas, poeirentas e 
super-populosas do centro da cidade. Indianos não fumavam cigarros 
estrangeiros, logo, esses eram vendidos em raros locais. 
Nessa ocasião, alguns “sanyasins” ocidentais tiveram a ideia de pedir a 
Nanu, sempre muito disponível, que buscasse os cigarros no mercado. 
As gorjetas eram verdadeiras fortunas para um menino pobre da Índia,
 alguns lhe davam vinte centavos de dólar, outros até um dólar. 
Em um país onde ser professor era considerado um ótimo trabalho e, 
depois de estudar por muitos anos, o que recebiam pelo ofício girava 
entre40 a60 dólares, Nanu rapidamente se viu equiparado a eles em 
estilo de vida. E não demorou a ultrapassá-los. 
Também não foi necessário muito tempo para que o esperto Nanu percebesse 
que podia  adquirir e estocar cigarros antes mesmo de haver encomenda e 
montasse sua “banquinha” em frente ao Ashram. A cada dia chegavam 
mais e mais discípulos estrangeiros, encantados com a obra do Osho e
 não faltariam fregueses e nem demoraria para que a mercadoria fosse
 passada adiante. Em pouco tempo porém, Nanu percebeu que sua maior
 mina de ouro não estava nos cigarros. Não havia casas de câmbio no 
bairro do ashram e aqueles estrangeiros, para alimentar seu vício, lazer,
 ou mesmo se alimentarem, precisavam trocar dinheiro em moeda local. 
Fazia-se necessário sair do Ashram para isso também. 
Alguns pediam a Nanu que aceitasse o pagamento pelos cigarros em moeda 
estrangeira, outros pediam o troco em moeda local para ficar com algum 
dinheiro indiano no bolso, outros, começaram mesmo a pedir que Nanu 
quando fosse ao centro, trocasse dólares para eles. No inicio Nanu
recebeu comissões de doleiros, mas assim que pode, e não demorou 
muito, passou a ter reserva financeira o suficiente para trocar diretamente o dinheiro. 
O menino cresceu, em idade e em posses. 
A convivência diária e íntima com os sanyasins estrangeiros o levou a
 conhecer seus hábitos e gostos e ele foi ampliando sua oferta de serviços. 
Abriu uma loja de cristais para os jovens esotéricos, mais tarde outra
 de roupas com o gosto daquele público tão específico, adquiriu uma
 lanchonete de estilo ocidental e acabou, depois de poucos anos, 
dono de loja de departamentos. Sem abandonar sua galinha dos ovos de ouro,
 o câmbio. Hoje ele pode ser considerado uma das maiores fortunas de Puna. 
Fiquei, como muitos sanyasins, amigo do boa praça Nanu, ele me convidou a 
entrar em sua casa no dia em que comprou sua primeira televisão, precisava
 mostrar, orgulhoso e fascinado, a tela de quarenta polegadas de seu tubo. 
Naquela tarde, perguntei a ele se nunca sentira vontade de entrar no ashram 
para meditar, ele que se dizia também discípulo do Osho. Ele me jurou ter 
feito isso no passado, mas nunca soube de alguém que o tivesse presenciado. 
Sempre me impressionou como uma pessoa inteligente e sensível como Nanu, 
vivendo como vizinho de porta de um iluminado que inspirava a tantas pessoas – 
incluindo a mim – a venderem tudo o que tinham para passar uma temporada
 meditando com ele, conseguiu enxergar a possibilidade de alcançar a 
estrondosa riqueza material e não tenha se ocupado de se beneficiar 
de sua riqueza espiritual. Dinheiro tantos têm, em tantos lugares, mas o 
que acontecia ali naquele ashram naqueles dias era algo raro. E único. 
E se oferecia gratuito a ele. 
Concordo com Nanu que a riqueza material é muito melhor do que a pobreza.
Mas por que não esticar a mão e se beneficiar de ambas as riquezas? 
Talvez Nanu não pudesse enxergar outras riquezas. Mas talvez tenha sido 
vítima de uma armadilha da qual todos somos vítimas diariamente; uma
 armadilha que pode ser evitada, se entendermos a estrutura de nossas mentes. 
Nossa mente funciona de maneira semelhante a nossos olhos. 
Nossa visão opera com foco. Quando focamos os olhos em um objeto perto,
 desfocamos o que esteja mais distante. E, em seguida, torna-se fácil e 
comum esquecermos da existência do que não está em nosso ângulo de 
visão. Do mesmo modo, quando a mente dá atenção a um assunto de 
profundidade rasa e próxima, deixa de perceber e esquece com facilidade a 
existência do que esteja em maiores e mais distantes profundezas. 
Alguns dos sanysins que naqueles dias se dedicavam à meditação, 
quando voltaram a seus países de origem se envolveram com os afazeres 
de sobrevivência ou de sucesso profissional e, com o tempo, deixaram de
 dar oportunidade à meditação. Ainda pensam que ela seja importante mas, 
na prática, não meditam. O que houve com eles? Dedicaram a atenção a 
assuntos mais rasos da mente e esqueceram as águas profundas que tantas
 vezes matara suas sedes existenciais, que em outros tempos os renovaram 
e deram sentido de vida, que em outras estações foram prioridade única de 
suas vidas. 
O que os fez esquecer? A que se deveu o desvio de um caminho que só lhes
 trouxe felicidade? Não terá sido exatamente esse “modus operandi” da mente? 
E se tiver sido, haverá como mergulhar em afazeres mais próximos, cotidianos 
e muitas vezes necessários sem esquecer de sua natureza mais profunda? 
Não temos como controlar a mente ou mudar sua natureza, então o que fazer? 
A resposta pode estar nessa semelhança e proximidade entre o funcionamento 
dos olhos e da mente. Os olhos são na realidade parte do cérebro. 
O nervo óptico é um feixe de neurônios. Os olhos podem ser vistos como uma
 parte exposta da mente. Uma parte com a qual podemos facilmente interagir 
e interferir em seu comportamento. Dessa maneira, ensinando certas coisas ao
 olho, estaremos ensinando também à mente. Particularmente quanto ao foco. 
Treinando o olho para transferir o foco do próximo para o distante, podemos 
também treinar a atenção para passar das regiões rasas para as profundas 
dentro de nós. Com certos exercícios em que nos lembramos do distante 
enquanto olhamos para algo perto, podemos treinar a atenção para se 
lembrar do que nos é essencial enquanto cuida de assuntos circunstanciais.
 Certas técnicas que se utilizam do foco do olhar para nos levar a estados
 meditativos nos permitem – e estimulam a – desenvolver essa arte. 
É sim um ovo de Colombo. Podemos criar um fluxo entre o raso e o profundo 
e nos entregarmos a esse fluxo; e passarmos a viver em contato com os 
assuntos e ocupações mais superficiais, sentindo sempre a presença do profundo. 
A mente no princípio será contra o fluxo. Tentará sabotá-lo. 
E o conseguirá muitas vezes. Mas, se você volta à meditação que trabalha o 
fluxo da mudança do olhar outra e outra vez e, aos poucos, a mente já não 
consegue fazê-lo esquecer totalmente de sua natureza, não consegue mais 
tampar com seu véu a realidade interna, a sua face espiritual. 
A mente não imagina deixar de dominá-lo e sabe que esse fluxo será libertador 
para você. Ela irá criar muros de pedra que impeçam o fluxo, mas você deixará
 sua água jorrar de dentro e encontrar brechas nesses muros, ou transbordá-los. 
A mente sabe que só há uma chance de dominá-lo, e essa será se você não
 estiver fluindo. Mas, se você restabelecer o fluxo de novo e de novo com 
novas meditações, sua energia será tal, que uma inundação levará todas 
as pedras da mente e pensamentos para o oceano. Ela não conseguirá ficar
 no caminho. E, novos caminhos, novas avenidas, novos universos se abrirão para você. 
As meditações da visão possibilitam esse fluxo. E não será preciso estar pronto 
de nenhuma maneira especial para experimentá-lo. Pelo contrário. 
Se houver algum preparo anterior talvez o melhor seja descartá-lo. 
As imagens antes criadas sobre o que é meditação ou sobre quem seja você… 
descarte tudo. Para estabelecer esse fluxo através da meditação só é 
necessário estar disponível. Com olhos sensíveis e receptivos. 
Com entrega, empenho e dedicação. 
E, quando isso acontecer, nada o impedirá se você escolher ser rico ao mesmo
 tempo material e espiritualmente.

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