Se você já passou
por uma experiência traumática ou sofreu um
trauma por repetidas vezes, você
pode estar lutando com emoções
perturbadoras, memórias assustadoras, ou uma
sensação de
perigo constante, é algo que você simplesmente não consegue
se
livrar.
O trauma também
pode ter feito você sentir-se entorpecido,
desconectado, e incapaz de confiar
nas outras pessoas.
Quando coisas muito
ruins acontecem, pode levar tempo para
superar a dor e se sentir seguro
novamente.
Mas com tratamento adequado, estratégias de autoajuda e
apoio da
família e amigos, você pode acelerar a sua recuperação
de um trauma emocional e
psicológico.
Independente do
fato do evento traumático ter acontecido há anos
atrás, ou ontem, você pode se
curar e seguir em frente!
O que é um
trauma psicológico?
Trauma psicológico
é o resultado de eventos extraordinariamente
estressantes que quebraram o seu
senso de segurança, fazendo
você se sentir impotente e vulnerável e que levaram
você a
sentir-se vivendo em um mundo perigoso.
Experiências
traumáticas muitas vezes envolvem uma ameaça
à vida ou à segurança pessoal, mas
qualquer situação que faz
você se sentir oprimido e solitário pode ser
traumática, mesmo
que não envolva dano físico.
Não são os fatos
objetivos que determinam se um evento é
traumático, mas sim a sua experiência
emocional subjetiva
do evento. Quanto mais assustado e indefeso você se sente,
maior a probabilidade de você ser traumatizado.
Causas do Trauma
Psicológico:
Um evento poderá
conduzir a um trauma se;
Aconteceu
inesperadamente;
Você estava
despreparado para isso;
Você se sentiu
impotente para impedi-lo;
O fato indesejado
aconteceu repetidas vezes;
Houve intenção
cruel de alguém;
Aconteceu na sua
infância.
O trauma
psicológico pode ser causado por fato isolado
(morte de alguém),
eventos repetitivos (abuso sexual).
Pode ter sido
provocado por um acidente horrível, um
desastre natural, ou um ataque físico
violento.
Pode também
resultar de stress contínuo, como viver em
um bairro de alta criminalidade,
trabalhar em uma empresa
de pressão desmedida por resultados ou lutando com uma
grave doença como o câncer.
Outras causas
importantes:
Ferimentos graves
resultante de incapacitação ou danos na aparência;
Cirurgias,
especialmente nos primeiros 3 anos de vida;
Morte repentina de
pessoa querida;
Acidente de
automóvel;
Rompimento de um
relacionamento significativo;
Experiência
humilhante ou de profundo desapontamento;
A descoberta de uma
doença fatal ou incapacitante;
Fatores de risco
que aumentam sua vulnerabilidade ao trauma.
Nem todos os
eventos potencialmente traumáticos levam
a danos emocionais e psicológicos
duradouros.
Algumas pessoas reagem rapidamente e superam até mesmo
a
experiência mais trágica e chocante.
Outras são
devastadas por experiências que, na superfície,
parecem ser menos
perturbadoras.
Alguns fatores de risco
tornam as pessoas suscetíveis ao trauma
emocional e psicológico. As pessoas
estão mais propensas a
serem traumatizadas por uma experiência difícil, se
elas já
estão sob uma carga intensa de estresse ou sofreram
recentemente uma série de perdas.
As pessoas ficam
mais propensas a serem traumatizadas por
uma situação aparentemente “nova e
inesperada” se este
mesmo tipo de situação ocorreu na tenra infância.
A pessoa não tem a
memória precisa do fato experienciado,
por ter ocorrido há muitos anos atrás,
mas sofre intensamente.
Neste caso o inconsciente possui os registros e a
reviver uma
situação similar pode reativar e potencializar o trauma.
Traumas na infância
aumentam o risco de traumas futuros.
A experiência traumática na infância pode
ter um efeito grave
e de longa duração.
Crianças que foram
traumatizadas se tornam adultos que enxergam
o mundo como um lugar assustador e
perigoso. Quando o trauma
de infância não é resolvido, este sentimento
fundamental de medo
e desamparo se transporta para idade adulta, criando uma
predisposição para novos traumas.
Traumas de infância
resultam de qualquer experiência que perturba
o sentido de proteção e segurança
de uma criança, incluindo:
Ambiente instável e
inseguro;
Separação abrupta
de um dos pais (abandono ou morte);
Doença grave;
Procedimentos
médicos invasivos;
Abuso sexual,
físico, ou verbal;
Violência
doméstica;
Negligência;
Bullying.
Sintomas do
trauma psicológico:
Após um evento
traumático, as pessoas reagem de maneiras
diferentes, passando por uma ampla
gama de reações físicas
e emocionais.
Não há maneira
"certa" ou maneira "errada" de pensar, sentir,
ou responder
a um trauma, por isso não julgue suas próprias
reações ou as de outras pessoas.
Suas respostas são reações
normais a eventos anormais.
Principais
sintomas emocionais:
Choque, negação,
descrença;
Raiva,
irritabilidade e oscilação de humor;
Culpa, vergonha,
autopunição;
Sentimentos de
tristeza e desesperança;
Confusão,
dificuldade de concentração;
Ansiedade, medo,
desespero;
Isolamento;
Sente-se
desconectado ou entorpecido.
Principais
sintomas físicos:
Insônia ou sono
agitado com pesadelos;
A pessoa se assusta
com facilidade, fica sempre
em estado de alerta;
Taquicardia;
Dores de cabeça e
no corpo;
Fadiga;
Desatenção;
Inquietude e
agitação;
Tensão muscular;
Falta ou excesso de
apetite.
Estes sintomas e
sentimentos duram de alguns dias a alguns
meses ou anos, vão gradualmente
desaparecendo à medida
que o trauma vai sendo processado. Mas mesmo quando você
está se sentindo melhor, você pode ser perturbado de vez em
quando por
dolorosas lembranças ou emoções, especialmente
em resposta a certas situações
que disparam o “gatilho” tais
como um do evento ou uma imagem, som, cheiro, ou
qualquer
situação que lembra a experiência traumática.
Quando procurar
um profissional
Recuperar-se de um
evento traumático leva tempo, e toda cura
tem seu próprio ritmo.
Muitas pessoas vão
naturalmente reduzindo as emoções
provocadas pelo trauma até que ele se reduza
bastante.
Mas se meses se
passaram e os seus sintomas não estão deixando
você em paz, você pode precisar
da ajuda de um profissional que
seja perito trauma.
É importante
procurar ajuda quando:
Estiver enfrentando
problemas funcionais em casa e/ou no trabalho;
Estiver sofrendo
medo severo, ansiedade ou depressão;
Incapacidade de
manter relacionamentos íntimos satisfatórios;
Revi vencia
continua de memórias aterrorizantes, pesadelos, ou “flashbacks”;
Evitarão contínua
de qualquer coisa ou situação que relembra a
experiência traumática;
Entorpecimento
emocional e desconexão dos demais;
Uso de bebidas e/ou
drogas para sentir-se anestesiado.
Encontre um
profissional sério e especializado!
Trabalhar com seu
trauma pode parecer assustador e doloroso
também, além disso, existe
potencialmente o risco de ser
traumatizado.
Devido ao risco de traumatização, este trabalho terapêutico
deve ser feito com a ajuda de um
especialista em trauma.
Além da especialidade e da seriedade do profissional a
qualidade do relacionamento com seu terapeuta é igualmente
importante. Escolha
um especialista em trauma com o qual
você se sinta confortável.
Confie também em
seus instintos, se você não se sentir seguro,
respeitado, ou compreendido,
busque outro terapeuta.
Depois de
encontrar um terapeuta, agende uma primeira
sessão para conhecer seu trabalho e
então responda as
seguintes perguntas:
Você se sentiu
confortável discutindo os seus problemas?
Você sentiu que o
terapeuta compreendeu aquilo que você falava?
Suas preocupações
foram levadas a sério ou foram minimizadas ou desconsideradas?
Você foi tratado
com respeito e consideração?
Você acredita que
sua confiança neste terapeuta pode evoluir
cada vez mais?
Se você
respondeu sim a todas as questões, siga em frente
com seu trabalho
psicoterapêutico, existe uma grande
probabilidade de sucesso, porém se você
também se dedicar
e tiver determinação.
Tratamento
Para curar o trauma
psicológico e emocional, você deve enfrentar
os sentimentos insuportáveis e as
memórias que você tem evitado
durante muito tempo.
Caso contrário,
eles vão voltar de novo e de novo, espontaneamente
e de forma intensa e
incontrolável.
O tratamento do
trauma e cura envolve:
Processamento de
memórias profundas e sentimentos;
A descarga da
energia de alto stress de padrão "luta ou fuga";
Aprender a
controlar emoções fortes;
Ressignificar
pensamentos e sentimentos;
Construir ou
reconstruir a capacidade de confiar nas outras pessoas.
O trauma rompe o
equilíbrio natural do corpo, congelando-o
em um estado de agitação e medo.
Em essência, o seu
sistema nervoso fica preso em uma espécie
de excitação continua levando à
ansiedade.
Um tratamento bem
sucedido deve resolver este desequilíbrio e
restabelecer o seu sentido físico
de segurança.
Algumas dicas
que ajudam na recuperação
Recuperar-se de um
trauma emocional e psicológico leva certo tempo.
Dê-se tempo para
curar as feridas das perdas que você experimentou.
Não tente forçar o
processo de cicatrização.
Seja paciente com o
ritmo de sua recuperação.
Permita-se sentir o
que você está se sentindo sem julgamento ou culpa.
Estratégia de
autoajuda:
1 - NÃO SE
ISOLE:
Após um trauma: você pode querer se isolar dos outros,
mas o
isolamento torna as coisas piores.
Conectando-se com
as pessoas que gostam de você ajudará você
a se sentir apoiado, então faça um
esforço para manter seus
relacionamentos e evitar passar muito tempo sozinho.
Peça apoio: É importante falar sobre seus
sentimentos e pedir a
ajuda de que necessita. Busque um membro de confiança da
família,
um bom amigo, conselheiro, ou mesmo um religioso.
Participe de
atividades sociais: mesmo
se você não sentir animado
para isso. Procure fazer coisas "normais"
com outras pessoas,
coisas que nada têm a ver com a experiência traumática.
Se você ausentar
das relações que antes eram importantes para
você, a solidão poderá lhe fazer
pensar ainda mais em suas
dificuldades, faça um esforço para se reconectar.
Participe de um
grupo de apoio: Se
você souber da existência de
um grupo terapêutico conduzido por um bom
profissional especializado
em trauma, é bastante animador conhecer como outras
pessoas estão
enfrentando os mesmos problemas, isso ajudará a reduzir o
sentimento de isolamento e ouvir e conhecer novas estratégias
de como cada
pessoa vai solucionando seu trauma será inspirador.
Trabalho
voluntário: Ajudar os
outros faz muito bem, o voluntariado
pode ser uma ótima maneira de desafiar o senso
de impotência
que muitas vezes acompanha trauma.
Lembre-se de seus
pontos fortes e ao confortar ou ajudar os outros,
você entra em contato com o
seu próprio centro de poder.
Estratégia de
autoajuda:
2 – MANTENHAM-SE
COM OS PÉS NO CHÃO
Manter uma
rotina diária: Tenha
horários regulares para acordar,
dormir, comer, trabalhar, e fazer exercício
físico. Certifique-se de
também programar a hora para atividades de relaxamento
e social, também.
Divida os trabalhos
grandes em tarefas menores e gerenciáveis:
Ter prazer considerando a
realização de alcançar algo, mesmo que
seja uma coisa pequena.
Sinta-se produtivo!
Encontrar
atividades que fazem você se sentir melhor:
Procure manter a mente ocupada (leitura, culinária, brincar com
seus filhos ou animais de estimação, cinema, dança, etc.), dessa
forma você não
estará dedicando toda sua energia e atenção para
com foco na experiência
traumática.
Permita-se
sentir o que você sente quando você sentir isso:
Reconhecer os seus sentimentos sobre o
trauma aceitá-los.
Aceitar seus sentimentos é parte do processo de luto e é
necessário para a cura.
A prática
da Meditação Mindfulness tem sido excelente para isso.
Estratégia de
autoajuda:
3 – CUIDE DE SUA
SAÚDE FÍSICA
Dormir bem: Depois de uma experiência traumática,
preocupação
ou medo pode perturbar seus padrões de sono. A falta de sono pode
fazer os seus sintomas piorarem e tornar mais difícil para manter o
seu
equilíbrio emocional.
Vá dormir e
levante-se por volta do mesmo horário e reserve de
7 a 9 horas de sono a cada
noite.
Evite álcool e
drogas: A sua
utilização pode piorar os seus sintomas
e exacerbar os sentimentos de
depressão, isolamento, ansiedade.
Exercite-se
regularmente: Exercício
regular aumenta a serotonina,
endorfina e outras substâncias químicas do
cérebro, fazendo com
que se sinta bem.
Também aumenta a
autoestima e ajuda a melhorar o sono. Para o
máximo de resultados, o objetivo
deve ser de 30 a 60 minutos de
atividade diária.
Comer uma dieta
bem equilibrada: Comer
pequenas refeições bem
equilibradas ao longo do dia irá ajudá-lo a manter a
energia e
minimizar variações de humor.
Você pode ser
atraído por alimentos açucarados pela rápida saciedade
e “prazer” que eles
fornecem, porém carboidratos complexos,
ricos em fibras integrais, são uma
escolha muito melhor.
Alimentos ricos em Omega-3 tais como salmão, nozes, soja
e
linhaça, podem melhorar o seu humor.
Reduzir fontes
de estresse: Procure
ter tempo para descanso e
relaxamento também durante o dia, isso lhe ajudará a
trazer sua
vida de volta ao equilíbrio.
Tente técnicas de
relaxamento, como meditação, ioga, ou exercícios
de respiração profunda.
Cultive seus
hobbies e atividades prazerosas com a família e com
os amigos.
Como ajudar
alguém que passou por um trauma psicológico?
Pode ser difícil
saber como ajudar um ente querido que sofre
uma experiência traumática ou
estressante, mas o seu apoio
pode ser um fator crucial em sua recuperação.
Seja paciente e
compreensivo: A cura
de traumas emocionais
ou psicológicos leva certo tempo. Seja paciente com o
ritmo da
recuperação e lembre-se que a resposta de cada pessoa para
o trauma é
diferente.
Não julgue a as
reações muitas vezes resistentes da pessoa com
relação ao seu desejo de
ajudá-la, seja tolerante, porém não
desista de ajudá-la a encontrar um caminho
para solucionar o
problema.
Ofereça apoio
prático: Ajude
gradativamente a pessoa a voltar
para sua rotina normal. Ofereça apoio nas
atividades profissionais
ou domésticas, ou simplesmente esteja disponível para
conversar
ou apenas ouvir.
Não pressione a
pessoa para falar: Não
faça perguntas, não
questione se a pessoa está melhor, procure sim estar
disponível
quando eles quiserem falar.
Alguns
sobreviventes de traumas acham difícil falar sobre o que
aconteceu.
Não force a pessoa
a se abrir se ela não quiser, permita apenas
que ela saiba que você está ali
para ouvir.
Ajude o seu ente
querido a se socializar e relaxar: Incentive-o a
participar de exercícios físicos, procurar amigos e
passatempos,
assim como outras atividades que lhes proporcionam prazer.
Leve-o para
caminhar ou fazer exercícios, saia para passear, ir ao
cinema ou simplesmente
tomar um sorvete.
Não considere as
reações como algo pessoal: Seu
ente querido pode
ficar zangado, irritado, agressivo ou emocionalmente
distante.
Lembre-se que este é um resultado do trauma e pode não ter nada
a ver
com você ou seu relacionamento.
Frente a essas
reações procure manter a calma e diga:
” Vejo que
você precisa de um tempo, vou deixar você tranquilo e
nos falamos mais tarde
quando você desejar.”
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