
Quando o organismo reage de forma exagerada ao medo,
o estado de alerta benéfico ao indivíduo transforma-se
em um estado patológico
Medo
O medo é uma reação de alerta muito importante para a
sobrevivência dos seres humanos, mas, em alguns casos,
pode tornar-se paralisante.
O que é medo?
As definições dos dicionários indicam que a palavra medo
significa uma espécie de perturbação diante da ideia de que
se está exposto a algum tipo de perigo, que pode ser real ou não.
Pode-se entender ainda o medo enquanto um estado de
apreensão, de atenção, esperando que algo ruim vá acontecer.
Para além das definições da palavra, o medo é uma sensação.
Essa sensação está ligada a um estado em que o organismo
se coloca em alerta, diante de algo que se acredita ser
uma ameaça.
O medo é um estado de alerta extremamente importante para
a sobrevivência humana. Uma pessoa sem medo nenhum
pode se expor a situações extremamente perigosas,
arriscando a própria vida, sem medir as possíveis
consequências trágicas de seus atos.
Como o organismo reage ao medo?
O medo é uma sensação em consequência da liberação
de hormônios como a adrenalina, que causam imediata
aceleração dos batimentos cardíacos. É uma resposta
do organismo a uma estimulação aversiva, física ou
mental, cuja função é preparar o sujeito para uma
possível luta ou fuga. Antes de sentir medo, a pessoa
experiencia a ansiedade, que é uma antecipação do
estado de alerta. Entre outras reações fisiológicas
em relação ao medo, podemos citar o ressecamento
dos lábios, o empalidecimento da pele, as
contrações musculares involuntárias como tremedeiras,
entre outros.
Em alguns casos, o organismo reage de forma
exagerada ao medo, fazendo com que esse estado
de alerta, benéfico em muitos momentos da vida,
transforme-se em um estado patológico, quando
o medo se transforma em fobia. A fobia se
trata de uma antecipação do medo ou da ansiedade.
Sua característica mais importante é o comprometimento
da relação que o sujeito estabelece com o mundo
que o cerca. No caso da fobia, o medo não prepara
o indivíduo para decidir entre lutar ou fugir, ele o
paralisa, impede que se relacione com o objeto de
seu medo.
O medo deve ser tratado?
Não se fala em tratamento para o medo, a não ser nos
casos em que ele se torna irracional, como na fobia
. Nesses casos, o tratamento mais conhecido em
psicoterapia é a Dessensibilização Sistemática, que
consiste numa aproximação sucessiva do sujeito
em relação ao seu objeto de pavor. Por exemplo,
se uma pessoa desenvolve fobia em viajar de
avião, a técnica propõe exposições que gradualmente
se aproximam da viagem, como balançar, olhar para baixo
de um andar alto, entrar em um avião estacionado, até
que finalmente a pessoa aceite e consiga realizar a
viagem. Não é um tratamento fácil, requer dedicação
de paciente e terapeuta, mas mostra resultados bastante
significativos. Outros tratamentos são baseados em teorias
, como as que propõem a origem do medo ou da
fobia em traumas do passado, reais ou imaginários.
Nesses casos, quando se consegue compreender
o trauma em seus mais diversos significados,
os medos tendem a diminuir significativamente.
De qualquer forma, qualquer tratamento visa
a diminuir a níveis normais ou mais equilibrados a
resposta de alerta que o medo gera.
Que outras doenças têm o medo como característica?
Além das fobias, o DSM IV apresenta uma série de
doenças que tem a reação exagerada de alerta
como característica predominante, entre elas:
O Transtorno de Pânico, o Transtorno de Estresse
Pós-Traumático, Anorexia, Bulimia e outros
transtornos em que o medo está ligado às mudanças
no corpo.
Como saber mais?
Inúmeros produtos midiáticos discutem a questão
do medo, muitas vezes por um viés de provocá-lo
nos espectadores, como os filmes de terror ou suspense.
Em 2009, o diretor Kiko Goifman lançou o filme
“Filmefobia” que visa a discutir os inúmeros tipos de
medo, contando com a participação de atores e pessoas
que não atuavam.
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