Um dia acordamos e nos damos conta de que viver é tão efêmero.
Tudo acontece tão rápido...
É quando constatamos que a chama da vida é uma
ampulheta escoando seu fluído de calor e luz para cima,
contrariando a gravidade.
A vida é uma estrada de inevitável destino, que reserva
a mesma chegada a todos os homens, bons ou maus,
não importando o que façam.
Então, talvez o segredo resida na travessia.
Fazer o caminho valer a pena, abandonando os
pesos da preocupação, ansiedade, medo e insegurança.
firme o tênue fio que une balões de gás coloridos,
aparentemente frágeis, e permitir-se voar no infinito dos sonhos...
Esses balões são das cores que nossos corações souberem pintar.
Balões vermelhos são pintados com amor.
Tão sutis, os balões vermelhos...
Demandam fôlego e disposição para se tornarem
do tamanho ideal, quando estarão prontos para enlevar
o que de mais intenso podemos sentir por outro ser humano:
filho, mãe, namorado, esposa.
Os lilases são capazes de fluir em nós, através do
prazer e dos instintos de desejo, a felicidade que transcende o corpo.
Há os balões verdes que nos convidam a ver que sob
as nuvens mais escuras há um sol radiante brilhando
e disposto a aquecer nosso inverno interior.
Os brancos não dizem nada, simplesmente calam
nossas guerras interiores, formadas de preocupação e
ansiedade e nos oferece a paz de alvas nuvens de algodão
para repousarmos nossas mentes.
É preciso ter a alma leve para se permitir voar carregado por
balões coloridos nas cores do arco iris num límpido céu azul.
Como os poetas, que conseguem sentir a leveza dos
pássaros e o suave vento no rosto, enquanto transformam
com seus versos as cores tristes do coração em paisagens fascinantes.
A essa altura, alguém com fardos muito pesados para essa
viagem dirá: só um bobo para ter uma visão tão simplista da vida assim!
Não faz mal que pensem assim...
Ainda não se deram conta de que a beleza da vida não
precisa das sofisticações das naves espaciais.
Não perceberam que mesmo à noite ela cabe na cabeça
de infinitos alfinetes que pontilham um céu noturno em forma de estrelas.
Os tais, são capazes de passar a vida inteira na estação da
vida esperando o trem que nunca irá chegar, falham em
querer sentir a vida ancorados com os pés no chão, não
se permitindo voar, nem sentir frio na barriga, tampouco
arrepio de montanha russa na nuca.
Tão bom ser bobo e fazer a travessia valer a pena, segurando
balões coloridos com uma mão e com a
outra a pessoa amada, compartilhando sorrisos,
carinhos, ternura, sinceridade, encantamento.
Penso que a viagem já terá valido a pena se eu tiver tido
a chance de passar a mão nos cabelos de uma garota bonita,
tiver provado fruta madura no pé ou quem sabe um beijo
com sabor de balas de limão.
Tiver dado a mão a alguém caído através de um
sorriso ou palavra amiga.
Tiver tido a humildade de reconhecer meus erros
e corrigi-los, me tornando mais leve para alçar voos mais altos.
(http://blogdowillmoa.blogspot.com).
Nenhum comentário:
Postar um comentário