A semente no meio do inverno
Kahlil Gibran
“Árvores são poemas que a terra escreve para o céu.”
“Sinto-me como uma semente no meio do inverno,
sabendo que a primavera se aproxima.
O broto romperá a casca e a vida que ainda
dorme em mim haverá de
subir para a superfície, quando for chamada.
O silêncio é doloroso, mas é no silêncio que as
coisas tomam forma, e existem
momentos em nossas vidas que tudo que
devemos fazer é esperar. Dentro de
cada um, no mais profundo no ser, está uma
força que vê e escuta aquilo que não podemos ainda perceber.
Tudo o que somos hoje nasceu daquele silêncio de
ontem. Somos muito mais capazes do que pensamos.
Há momentos em que a única maneira de aprender
é não tomar qualquer
iniciativa, não fazer nada. Porque, mesmo nos
momentos de total inação, esta
nossa parte secreta está trabalhando e aprendendo.
Quando o conhecimento
oculto na alma se manifesta, ficamos surpresos
conosco mesmos, e nossos
pensamentos de inverno se transformam em flores,
que cantam canções nunca
antes sonhadas. A vida sempre nos dará mais do
que achamos que merecemos.”
-Kahlil Gibran
Arte Botânica uma visão suprassensível
A Natureza não faz nada incorreto.
As formas e cores possuem suas causas e não
há nada que não é como deveria ser.
Existe uma realidade arquetípica, que pode ser
alcançada pelos sentidos, pela
imaginação e pelo pensamento abstrato.
Para captar essa realidade é preciso observar
uma planta sobre vários aspectos, condições e influências.
A partir dessa observação e estudo atento,
conseguimos captar essa realidade.
A ponte para isso é a arte. Na arte, degrau após degrau,
construímos um mundo
repleto de ideias, paz interior e nos libertamos desse
mundo sensorial a nossa volta.
Na dedicação ao estudo da arte, tendo a
Natureza como modelo, experimentei o
prazer de vivenciar o belo.
Elevei-me rumo a um universo permeado de
vida, cores e formas e me senti
como a parte mais importante desse mundo,
que é a Natureza.
“Para mim a natureza, a arte e a ciência combinam-se na essência
do verdadeiro conhecimento.” – Parecis Morato
As pessoas que imitam plantas, flores e frutos,
saberão distinguir as mais belas e
frescas e selecioná-las dentre milhares existentes,
portanto aqui já surge a escolha.
No seu local de trabalho silencioso e segundo a sua predileção
procuram a perfeição das mesmas.
Elas darão a ela a iluminação mais
apropriada e seus olhares se acostumarão com
a harmonia das cores brilhantes.
Assim nascerão obras mágicas, ultrapassando o possível.
Se o artista ainda for um botânico ele conhecera
desde a raiz a influencia das diferentes partes e
crescimento da planta.
Ele refletira sobre o sucessivo
desenvolvimento das folhas, flores, da fertilização,
do fruto e semente. Ele não
só demonstrara o gosto meramente pela escolha,
mas ao mesmo tempo nos
instruirá por uma representação correta das propriedades.
Neste sentido poderíamos dizer que ele constituiu um estilo.
Caso ele não tomasse a questão
de um modo tão exato, poderíamos apenas destacar
a maneira como forma de arte.
A imitação, portanto trabalha no átrio do estilo.
Quanto mais fiel, cuidadosa e puramente proceder
com as obras, quanto mais calmamente observar o
que sente, quanto mais tranquilamente o imitar, quanto
mais se acostumar a pensar nisso, quanto mais
aprender a comparar o que é
semelhante e ordenar, tanto mais digna se
tornara de pisar a soleira do
santuário.
Se considerarmos a maneira veremos que
ela pode ser o intermediário entre
imitação e estilo. Quanto mais ela se aproxima da
imitação fiel, quanto mais assídua, mais será respeitada.
Quanto mais se afastar se tornara longe da arte,
será vazia e insignificante.
“Contemple a planta! Ela é da Terra. A borboleta aprisionada.
Contemple a borboleta! Ela é do cosmos. A planta liberta.”
Rudolf Steiner
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